sábado, 23 de outubro de 2010

7 de Janeiro de 1940.

- Você vai ficar bem.
- Você sabe que não.
Ele me abraçou e eu desejei que aquele momento nunca acabasse, toquei seu pescoço com os lábios e fechei os olhos para que eu me lembrasse daquele cheiro. O cheiro que eu ficaria sem por um bom tempo - ou para sempre, mas prefiro ficar com a primeira hipótese.
- Não tenha medo de se apaixonar, vou ficar por lá um bom tempo. Então... Se você encontrar alguém melhor...

Encostei meus lábios nos dele para que ele não completasse a frase e senti a primeira lágrima aflorar. 
- Não existe ninguém no mundo comparado a você, eu vou te esperar pelo tempo que for necessário. Mesmo que... - as palavras não saíam - você não volte mais. 
- Eu tenho que ir agora, vou me atrasar.
Ele me deu as costas, e fiquei esperando que ele olhasse para trás. Ele não olhou, e dobrou a esquina. Meu primeiro e único amor acabara de ir para a II Guerra Mundial, e uma parte de mim dizia que ele não voltaria mais.
Eu chorei.

Um comentário:

Uma verdade que machuca SEMPRE é melhor que uma mentira que conforta.